tag:blogger.com,1999:blog-59210770501926413712024-03-14T05:29:11.801-03:00Vivant Dans L'éternitéJe vois la vie en rouge...Unknownnoreply@blogger.comBlogger118125tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-90260358050512493522015-07-07T23:17:00.000-03:002015-07-07T23:18:55.598-03:00De volta ao nada<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">Sabia que não havia solução. A alma estava perdida, vendida ao anjo caído que se deleitava ao observar suas lágrimas vazias, e sua voz fraca, gemendo de dor. Já não adiantava implorar de joelhos, aguardando a tal luz ao final do túnel. Não havia túnel. Havia apenas escuridão. Suas mãos tateavam as paredes frias e ásperas, ferindo as pontas dos dedos e fazendo jorrar um sangue que ninguém nunca veria. O tempo, antes notado, controlado, agora não passava de ilusão. Assim como todos os sonhos e desejos que outrora faziam parte do repertório daquele show que alguns chamam de vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Poderia rastejar, gritar, soluçar. Tudo em vão. Perdera a chance de consertar seus erros, perdoar a si mesma, abraçar suas criações. Nunca mais veria o mundo com seus próprios olhos, pois foram arrancados com sua alma e sua vida.</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-78565002187933182102013-04-14T22:48:00.001-03:002013-04-14T22:48:25.206-03:00Vida<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";">É
engraçado como em dado momento da vida começamos a refletir sobre a situação em
que nos encontramos, e todo o caminho até chegarmos nesse ponto. Essa reflexão
não tem hora para chegar, mas quando nos damos conta desses pensamentos, a
sensação de nostalgia é inevitável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";">O
arrependimento, muitas vezes não admitido, já não pesa tanto quando sabemos que
o saldo no momento é positivo, seja por conta de conquistas, realizações,
crescimento...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";">Mas
muitos aspectos da personalidade, do “eu” do passado ainda se mantêm. Seria
isso o que chamam de essência? Seria a essência imutável? Será que quando nos
olhamos no espelho e não nos reconhecemos é um sinal de que estamos nos
perdendo em meio a tantos conflitos entre nosso eu interior e nosso eu exterior?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";">Acho
que, no fundo, minha esperança é de que essa tal essência realmente exista,
mesmo que mascarada por uma rotina maçante. E que, com um pouco de estímulo,
possa voltar a ser como era antes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";"><br /></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-90274612965704543152012-03-28T12:04:00.002-03:002012-03-28T12:05:25.993-03:00Back in Black<div style="text-align: justify;">Minha decepção é tão grande que até voltei a escrever.<br /><br />São tantos questionamentos diários, que mal conseguia separá-los para análise mais profunda. Mas essa indignação é muito maior. O problema tomou proporções tão gritantes que ficou impossível ignorá-lo.<br /><br />O que está acontecendo com as pessoas? Desde quando a moralidade se tornou algo superficial? Desde quando o fútil se tornou o primordial? Desde quando?<br /><br />Eu sei, já faz um bom tempo. Não acordei de uma hibernação de 30 anos. O que ocorre é a forma como isso tem me afetado. O que antes era uma coisa distante, agora está à porta da minha casa.<br /><br />Como se pode medir o valor de uma pessoa? Mede-se por sua inteligência? Por seu caráter? Por suas boas ações? Ou pelas medidas de sua cintura, de seus seios, de seus bíceps?<br /><br />Como devemos passar nosso tempo? Cercados de pessoas de conteúdo, que saibam ser divertidas e que possam acrescentar algo de valioso em nossas vidas? Ou por pessoas lindas e perfeitamente simétricas, cuja vestimenta valoriza ainda mais o conteúdo? (físico, que isso fique bem claro)<br /><br />Que tipo de contribuição os seres humanos estão buscando para sua vida?<br /><br />Em uma generalização bem simples eu diria:<br /><br />1- Homens estão buscando uma mulher com corpo de modelo, dócil e fiel, mas que entre quatro paredes faça o que ele quiser. Não é necessário possuir conteúdo, desde que não demande muito dinheiro e não fale muito. E que saiba seu lugar na casa (na cozinha, na área de serviço, no quarto)<br /><br />2- Mulheres estão buscando um homem com corpo de modelo e dinheiro de jogador de futebol (mas qualquer um que tenha um carro bom serve também). Não é necessário possuir conteúdo, já que seria impossível acompanhar uma discussão mais complexa que o Big Brother. E que sempre diga o quanto ela é gostosa na frente dos amigos, afinal, é preciso valorizar.<br /><br />Ou seja, estamos seguindo em direção a uma sociedade de robôs, com corpos e ideias padrão, onde o dinheiro e a imagem são primordiais. Valores distorcidos, amor próprio descartado, culto ao inútil.<br /><br />É tão raso e sem valor. Por mais pessimista que possa soar, não acredito que haja remédio. Mas tenho fé nas pessoas que estão à parte desse emaranhado de ideias fracas, e que buscam evoluir de alguma forma.<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-14799348107491624312011-07-14T09:40:00.000-03:002011-07-14T09:40:37.775-03:00Inesperado<div style="text-align: justify;">Nesses últimos anos abri mão de muita coisa. Abri mão de momentos que nunca mais voltarão e, ciente disso, segui em frente com meus compromissos. Como boa canceriana, sempre volto ao lar após as aventuras, abraçando o aconchego e a segurança. Mas passei a esquecer que algumas coisas nunca mudam e que realmente deixei de lado pontos importantes.<br /><br />Ontem, final do inferno astral, percebi o quanto possuo. Não que eu não soubesse, mas obtive uma grande demonstração que me deixou ainda mais sensível.<br /><br />Muitas vezes esqueço de agradecer por tudo o que tenho, mas, pesando, parece até que não mereço tanto. Amor é uma coisa engraçada... Amo tanto... E sinto que sou amada.<br /><br />Àqueles que quase me fizeram chorar de emoção, muito obrigada. Sei que nenhum deles verá isso, mas sabem que estão guardados no fundo do meu coração e que a intenção de tudo o que criaram em poucas horas me deixou realmente comovida.<br /><br />Obrigada<br /><br />Amo vocês...<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-80799419895872930632011-01-06T17:56:00.000-02:002011-01-06T17:57:54.262-02:00Morfeu - 04/01/2011<div align="left">Os segundos que precedem o fim<br />Não são nada além de um novo começo<br />Em que abandono tudo o que conheço<br />Sem jamais esquecer-me de onde vim<br />Abraço o novo com todas as forças<br />Fecho os olhos para ouvir a razão<br />Emudecida pelo coração<br />Da forma como ocorre com as moças<br />Quando em seus sonhos vagam no jardim<br />De Morfeu... A criação mais bonita<br />Para que nenhuma delas resista<br />Ao seu doce encanto: "venham a mim"<br />Ele sussurra, toca suas mãos<br />E a sensação de que o sonho acabou<br />São vestígios de tudo o que restou<br />Do labirinto chamado ilusão.</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-1708908425280807022010-09-04T20:22:00.003-03:002010-09-04T20:38:49.247-03:00Soneto XVIUma sombra me persegue<br />Mesmo quando não há luz<br />Ilusão que me conduz<br />Não importa o quanto negue<br /><br />Com as paredes converso<br />Não vejo o tempo passar<br />Até o sol despertar<br />Inspiração para um verso<br /><br />A mente procura em vão<br />A saída da caverna<br />Desse sonho, ilusão<br /><br />Que há muito tempo é presente<br />E em nu silêncio me acalma<br />Para a batalha iminenteUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-28957397468512889862010-08-05T17:20:00.000-03:002010-08-05T17:20:23.972-03:00ViolinoAs cordas do violino<br />Deslizavam por seus dedos<br />Emanando a melodia<br />Que cativava o menino<br /><br />Ele perdia seus medos<br />Era o próprio desatino<br />Movia-se inebriado<br />Sem medo de seu destino<br /><br />Olhos fechados, sonhando<br />Com um lugar sob o sol<br />Onde dedos não apontam<br />Seus erros e, caminhando,<br />Segue o voo do rouxinol<br /><br />Cessa o som do violino<br />Resta apenas o vazio<br />Repousa sob o céu puro<br />Corpo inerte no chão frioUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-16344775670698836682010-06-23T11:46:00.001-03:002010-06-23T11:47:11.950-03:00Coffee<div align="justify">Somente muito café poderia, por poucos momentos, tirar aquelas idéias de sua cabeça. Já não sabia quem era aquela pessoa do outro lado do espelho. Tudo o que sabia era que alguma coisa não estava certa.<br /><br />Sentia em sua alma que mudar era possível, mas será que faria algum bem? Com certeza alguém se beneficiaria, alguém sempre sai ganhando. </div><br /><div align="justify">Mas o primeiro passo fora dado, e o vento em seu rosto era extremamente forte, impossibilitando-a de respirar o ar puro daquelas montanhas.</div><br /><div align="justify">Voava como os pássaros, em liberdade, até que o encontro de sua carne com a mãe terra encerrou a jornada.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-24235230949289750782010-05-31T17:48:00.002-03:002010-05-31T17:52:59.081-03:00Soneto (27/05)O som do silêncio enlouquece a mente<br />Que por si só já sente a solidão<br />De um ser sem vida que jaz sob o chão<br />Com alma prisioneira do presente<br /><br />Ela nada pode ouvir, ver, senão<br />O vácuo tão irritante, insistente<br />Que, como insano, grita novamente<br />O mudo som que a morte trouxe em vão<br /><br />Nenhuma sensação é comparável<br />À eternidade fria e sem cor<br />Quando sobre a lápide a mão afável<br /><br />Liberta de uma agonizante dor<br />Que se mostra cruel e interminável<br />Aprofundando a sensação de horrorUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-37400861457746947072010-04-26T23:30:00.001-03:002010-04-26T23:30:47.028-03:00Túnel<p align="justify">Caminhava de mãos atadas até o final do túnel. Não havia luz, mas apenas uma chama fraca, que oscilava como se uma brisa constante ameaçasse apagar a única fonte de brilho daquele cenário sem vida. A cada passo encontrava-se a uma distância ainda maior de seu destino. Então parou. Após longos momentos repousando, percebeu que seus passos o levavam em direção a um espelho, que refletia sua sombra e a saída atrás de si. Mas suas pernas já não o obedeciam, e as paredes da caverna começaram a fechar-se, tornando seu repouso uma experiência claustrofóbica e aterrorizante. O oxigênio era escasso, assim como suas forças. Morreu dormindo em sua cama king size, enquanto a televisão exibia seu programa favorito.</p>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-20231713173022102032009-07-30T16:22:00.003-03:002009-08-12T12:56:17.768-03:00The Path<div align="justify">A terra seca machucava seus pés desnudos, mas era o único caminho. Não sabia o destino daquela trilha, e já não se lembrava de onde vinha. Mas "sempre em frente", era o que diziam. Seus olhos mal conseguiam enxergar os metros adiante, posto que a sonolência o arrebatava. Era um cenário lúgubre, banhado pela luz da lua, que a tudo observava, em preto e branco. Mesmo as manchas recentes de sangue pareciam negras.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Uma leve brisa trazia consigo o aroma de carniça e morte, que já não o incomodavam mais. Não sentia fome, não sentia medo, não sentia repulsa. Tudo o que sentia era uma dor incessante no peito. Na busca pela origem da dor, percebeu que havia um punhal cravado fundo em seu peito. Não fazia idéia de como aquele objeto fora parar em sua carne, tudo o que sabia era que caminhava sempre em frente, sem parar, sem olhar para trás nem para os lados.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Precisava livrar-se daquilo. Respirou fundo e arrancou o punhal de si mesmo. A dor lancinante o derrubou de joelhos no chão, como que em prece para que a dor cessasse. Mas não cessava. A mancha escura do chão se tornava ainda maior, e suas mãos tentavam em vão estancar o que restava da substância dentro do corpo quase morto. Já não tinha forças para levantar e, consternado, deixou-se abater pela sensação inebriante de perder os sentidos vagarosamente.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Quando abriu os olhos, toda a escuridão se fora. O lugar onde se encontrava definitivamente não era o céu, mas era branco. Cheirava a álcool e era frio. Aos poucos sua percepção se tornava mais aguçada e pôde concluir que era um quarto de hospital. Lembrou-se de tudo, fracassara mais uma vez. Olhou para suas mãos, ainda manchadas com seu próprio sangue, mas os pulsos estavam enfaixados. </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Seguiria em frente, obedeceria a ordem suprema. Era apenas uma questão de tempo, e estaria traçando o caminho novamente, manchando-o com seu sangue, vagando eternamente em busca de respostas que sabia que não existiam. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-82901041996957988402009-07-17T16:04:00.005-03:002010-05-23T14:09:01.461-03:00Sombra<div align="justify">A sombra deslizava pelas ruas. Sem rumo, sem nome, sem rosto. Entorpecida pela consciência de suas deformidades, tomava para si todas as vidas que encontrava por seu caminho como um buraco negro consumindo sua presa, sem deixar rastros de sangue para trás. O silêncio reinava, enquanto a cidade, adormecida, era embalada por sonhos e ilusões.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-56824181551994691832009-06-10T17:47:00.005-03:002009-06-10T17:55:45.090-03:00Adaga<p align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5345805139883371954" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 146px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_z2oTk5H8I2Q/SjAdc5E0rbI/AAAAAAAAAH8/IO8ht6DLD5c/s200/lua.bmp" border="0" /></p><div align="justify"><br />O vento trazia à tona todas as lembranças que, por um breve momento, jaziam profundamente em algum lugar empoeirado e escuro. Estava segura em um quarto de motel, aquecida pelo corpo de um desconhecido, cujo nome nem poderia imaginar. Sentia a respiração longa e serena daquele cujo rosto não recordava, dormindo o sono dos inocentes, perdido sob o manto de Morfeu. A luz da lua cheia seria inspiradora, se os pensamentos não a consumissem como predadores famintos de sangue. Mal conseguia conter-se, derramando lágrimas silenciosas, que amornavam seus lábios gélidos, enquanto as horas passavam vagarosamente. Não sabia o que estava fazendo naquele lugar, que a cada minuto parecia mais hostil e desconfortável.<br /><br />Resolveu levantar-se, desvencilhar-se daquele abraço quente, aconchegante e vazio. Já não conseguia mais encarar o homem que calmamente jazia. Tocou-lhe os cabelos, que cobriam parte de sua face, e beijou-lhe o pescoço, sentindo a textura macia de uma pele fina e vulnerável. Já não poderia evitar. Tudo o que causara, tudo o que a assombrava, tudo estava perdido em um passado que, como pesadas correntes em torno de seus braços, arrastava consigo. Não poderia fugir do que era, não poderia inventar mentiras para si mesma, cravando a adaga cada vez mais fundo em seu peito, fazendo jorrar palavras e imagens indesejadas.<br /><br />Sorveu-lhe a vida, como fizera diversas vezes, deleitando-se com o sabor de uma alma perdida, que gemia ao entender que nunca mais a veria. Invadida pelo êxtase de uma conquista e de uma derrota inevitáveis, a dor mascarada pelo ato de limitar-lhe a existência tornava-se insignificante. Após a última gota, a superfície de seu amante era de um palor que remetia à sua mãe, reluzente, que a tudo observava através da janela aberta. Sem culpa ou remorso, tomou-o para si, aninhando-o em seu peito como uma criança desamparada. Beijou-lhe a face, um beijo de boa noite. Uma noite sem sonhos.</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-7619881455873675172009-05-20T17:38:00.001-03:002009-05-20T17:38:57.998-03:00SonetoDe todos os sonhos perdidos, frios<br />Restam apenas fundas cicatrizes<br />Por onde escaparam tempos felizes<br />Com o curso de lágrimas do rio<br /><br />Ao ocaso, a dor acompanha a crise<br />O último suspiro é vão, tardio<br />A noite se torna um carrasco vil<br />Palavras perdidas ao meu deslize<br /><br />Qual silêncio será meu protetor<br />Em meio ao vazio lúgubre, e à sina<br />De um vaso sem água, vida nem flor?<br /><br />Sobre a pedra fria jaz a menina<br />Em cuja face infantil falta a cor<br />E a mão da morte calmamente a ninaUnknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-36665032580333339152009-04-22T16:56:00.001-03:002009-04-22T16:58:12.127-03:00Words...<div align="justify">Sometimes words are not enough. And sometimes they're just useless.</div><div align="justify">For that I shall be in silence for a while.</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-81001943380700489402009-04-16T12:33:00.003-03:002010-05-23T14:12:48.132-03:00Realismo X Idealismo<div align="justify">Essa semana ouvi uma frase muito interessante:</div><br /><div align="justify">"Se você entra na faculdade e não é um idealista, então não tem coração; se sai da faculdade e não é um realista, então não tem cérebro"</div><br /><div align="justify">O mais intrigante é que estava discutindo esse assunto com outra pessoa dois dias antes de ouvir a declaração acima. Tudo o que me foi passado durante esses três anos e alguns meses é suficiente para perceber que o que move as instituições e os Estados é o interesse. Eu não pensei que poderia ter um pensamento tão neorealista, principalmente depois de me tornar fã do Construtivismo em RI. </div><div align="justify"></div><br /><div align="justify">É claro que não descarto o fato de as imagens e percepções absorverem para si o papel de motivadores ou limitadores nas atitudes e decisões, mas acredito que, hoje em dia, o interesse está acima. Pode-se considerar a moral, regimes ou instituições para constranger comportamentos considerados inadequados pela sociedade (fatos sociais, por exemplo), porém o interesse, o poder e o dinheiro parecem evidenciar-se acima de todas as regras de conduta. E, se uma atitude é tomada em prol de algo supostamente "humanitário", ao investigar a origem dessa ação, nota-se um interesse à parte da finalidade prática. Sejam essas ações intervenções humanitárias militares, ou ajuda às crianças com câncer, o que os Estados buscam, na realidade, é o destaque no sistema internacional. Se não é dessa forma, a aplicação de Public Diplomacy também cumpre seu papel. Todas essas fachadas estão claramente atingindo seu objetivo.</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-32420230494362310202009-04-13T17:58:00.000-03:002009-04-13T17:58:09.610-03:00Soneto (?)Guardo em meu bolso os pensamentos falhos<br />Enquanto a interminável maré sobe<br />Ao ocaso perco o astro mais nobre<br />Por tecer uma colcha de retalhos<br /><br />O denso tecido, no frio me cobre<br />Ao pousar-me sobre o chão de cascalhos<br />A noite escura não tem o trabalho<br />De congelar meu coração, tão pobre<br /><br />Os pontos do remendo não são fortes<br />Pois minhas mãos feridas não se movem<br />Entorpecidas por profundos cortes<br /><br />Perco o rumo, sem esperar que aprovem<br />Tudo o que vejo são meros recortes<br />Partes da vida de um cadáver jovemUnknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-65670360285834907982009-04-08T14:08:00.001-03:002009-04-08T14:08:22.720-03:00No ônibus...<div align="justify">É... Eu havia decidido não postar mais nada do meu cotidiano, mas serei obrigada a abrir uma exceção.<br /><br />Estava eu a caminho do trabalho, sentada ao lado da janela do ônibus, quando um homem de 50 anos caminha em minha direção (a idade foi confirmada pelo próprio posteriormente). Havia dois assentos preferenciais vagos à minha frente, e o homem caminhava com a intenção de sentar-se em um deles – até olhar para mim. Percebi claramente a mudança de seu rumo, e se acomodou ao meu lado.<br /><br />A minha jornada diária até o trabalho leva certo tempo, e como não consigo ler dentro de ônibus, carros, entre outros, dedico esse “tempo livre” para ouvir música e filosofar sobre a vida (na maioria das vezes eu durmo....). Pois bem... Estava eu filosofando quando o homem abre sua pasta, retira um bloco de notas e começa a rabiscar alguma coisa que minha educação e discrição não permitiram descobrir (eu nem estava interessada, para falar a verdade.). Eis que sou retirada bruscamente de meus devaneios com uma pergunta:<br />- Você sabe fazer aqueles pássaros que os japoneses fazem de papel, como é o nome?<br />- Origami – disse educadamente.<br />- Isso mesmo, você sabe fazer?<br />- Sei.<br /><br />Essa foi a palavra errada, evidentemente. Ele me ofereceu uma folha, e fiz um tsuru. Ao terminar, perguntou-me o nome do pássaro e como se escrevia. Também me perguntou onde poderia aprender a fazer origami, o que não soou muito verdadeiro. Confesso que, por um momento, acreditei que o homem fosse um artista, que se utiliza dos pequenos detalhes para criar. *Engano n° 1*<br /><br />Em sua folha ele havia desenhado diversos pássaros e escrito algumas frases. Destacou a folha do bloco e entregou-me. Quem sou eu para julgar as palavras de uma pessoa? Sinceramente, não me diziam nada além dos clichês utilizados em apresentações de Power Point, mas aceitei, educadamente. O problema foi quando ele escreveu seu telefone entre os pássaros. De artista para coroa com fetiche de orientais já era o cúmulo.<br />- Aqui está meu telefone. Se você souber de um lugar onde posso aprender a fazer esses origamis, me liga!<br />- Ah, ta. (Claro, vá sonhando!)<br /><br />Eu apenas respondia suas frases como uma pessoa civilizada deve fazer, e voltava meu olhar para o mundo fora do meio de transporte que se movimentava. Não satisfeito, começou a falar que era casado, que possuía um casal de filhos, e que o menino estava com preguiça de ir ao colégio, bla bla bla... (Like I care!) Confesso que nesse momento achei que o homem era apenas um interessado em minha pessoa. *Engano n° 2*<br /><br />Sem mais nem menos começou a falar que trabalhava com vendas, e me mostrou um folheto de um imóvel que ainda não foi construído aqui nas redondezas. Disse que a cada apartamento vendido, ele recebia 10% de comissão, e que se eu o ajudasse a vender, poderia receber uma comissão da comissão. Perguntou se eu conhecia jovens dispostos a trabalhar com a divulgação desse novo imóvel de fins de semana (vulgo pessoas que ficam nos semáforos entregando folhetos), e acrescentou que jovens japoneses como eu são responsáveis, carismáticos, ou seja, bons vendedores. Então percebi que o seu real interesse era me convencer a “trabalhar para ele”. Só pelo estilo de abordagem que ele utilizou, pude ver que falta bastante talento e bom senso. Talvez o desespero, a dificuldade financeira ou algum outro problema que desconheço sejam os catalizadores desse tipo de atitude meio “afobada” de abordar um desconhecido de forma totalmente inadequada.<br /><br />Resumindo essa novela, confesso que meu mundo caiu. O mínimo de fé que eu tinha nos homens (homens = indivíduos) evaporou-se. No começo, quando ele me pediu o tsuru, quase recusei, mas achei que poderia dar uma chance a esse desconhecido. Normalmente não incentivo desconhecidos a adentrar meu espaço quando em um ambiente público, mas queria acreditar que era simplesmente uma pessoa em busca de inspiração. Pergunto-me se ainda existem essas pessoas, perdidas por aí. Acho errado julgar precipitadamente, então resolvi “pagar para ver”. A partir do momento em que ele deixou seu telefone e pediu para que eu ligasse, tudo o que senti foi um sentimento misto de raiva e frustração, pensando em como isso era previsível e eu sabia desde o começo. Ao mostrar-me o folheto, tentando convencer-me de que era um bom negócio vender apartamentos, me senti enganada. Teria sido “menos pior” se ele fosse direto ao ponto. Ou talvez a idéia de conseguir minha ajuda para melhorar seus negócios tenha surgido depois. Nunca saberei.<br /><br />Nesse momento senti saudade da mulher que ao lado sentei outro dia, no ônibus, e que conversava sozinha (ou com alguém que eu não podia ver, vai saber). Era interessante e ao mesmo tempo não violava meu espaço e minha meditação diária.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-66568838683679333302009-04-02T03:50:00.000-03:002009-04-02T03:50:08.187-03:00EnergyTired.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-36796333806659272042009-03-26T23:58:00.000-03:002009-03-26T23:58:57.605-03:00The Silent Night<div align="justify">She just couldn't move. Everything was frozen, and the only sound she could hear was her own heart. She fell asleep. </div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-63886676256916846702009-03-13T18:28:00.000-03:002009-03-13T18:28:18.630-03:00The Dance<div align="justify">Apenas uma dança e seria o suficiente para uma vida inteira. E nada mais poderia impedir meus pés de sentir a textura do piso frio e reluzente, cujo reflexo enganava meus sentidos. O vestido vermelho, que outrora brilhava, agora estava desgastado, mas ainda contornava a superfície que cobria delicadamente. A melodia penetrava cada poro, enquanto minhas mãos tocavam o ar, delineando cada nota musical no vazio à minha volta. O salão, iluminado por velas negras, cujas chamas ardiam e aqueciam, ecoava como uma caverna inóspita, aguardando alguma fera selvagem e sua presa. Mas nunca poderia me imaginar como presa. Dançava de olhos fechados, sem pensar no amanhã, sem pensar em ninguém, até que a música parou e pude ouvir minha respiração ecoando por todo o salão, enquanto a luz das velas tornava-se cada vez mais fraca. Tudo escureceu.</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-56453518544196106172009-01-22T16:16:00.002-02:002009-01-22T16:28:13.247-02:00And so it is...<p align="justify">Aquele som mágico. Mal conseguia conter minhas lágrimas. Não era apenas o adeus, mas o som entrava por meus poros dificultando a respiração. O vento ficou mais forte, e as vozes o acompanhavam. Nunca poderia imaginar o que aquilo significaria pouco tempo depois. O prazer misturado com a dor, a angústia há muito tempo escondida. Incontrolável. E um pedaço de mim que nunca mais seria encontrado, jogado ao mar de forma displicente, inconsciente. Tornar-me-ei estrela-do-mar, então.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-53270206709783705922008-08-01T12:54:00.000-03:002008-08-01T12:54:26.782-03:00Sem assunto<div align="justify">Eu sempre tenho dificuldades com títulos. Resolvi deixar "sem assunto", mesmo. Faz tempo que não escrevo aqui. Poderia postar algo poético, profundo, cheio de poesia, mas acho que agora não é uma boa hora. Provavelmente, quando esse fim de semana acabar, alguma coisa surja dentro de mim. Não é falta de inspiração, é simplesmente uma pausa. São muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, e esse tempo tem passado cada vez mais rápido. Não quero perder um segundo e, ao mesmo tempo, preciso descansar. Mas coisas boas acontecem também, não é só um mar de desgraças. Tenho muito a agradecer, principalmente às oportunidades de crescimento que surgem. Mas não serei objetiva demais. Estava com saudade de escrever sobre mim (não que eu não tenha escrito, ontem mesmo comecei a escrever uma coisa que não sei o que é). </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Que texto chato.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Every day her final destination was that lake. She was waiting for the day she would see her reflex. For years the scene was the same, but she wouldn't give up that easy. (Isso foi o que eu comecei a escrever ontem... depois termino)</div><br /><br /><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5229577747517520354" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://bp2.blogger.com/_z2oTk5H8I2Q/SJMxQP4RueI/AAAAAAAAAD0/6W4zS9-vMkg/s200/wallp39.bmp" border="0" /><br /><p align="center">Coloquei esse fofinho aí nem sei pq, mas achei tãããão fofo... (to muito lesada esses dias, n reparem)</p>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-65602186941764165982008-07-23T12:33:00.000-03:002008-07-23T12:33:30.316-03:00???????<div align="justify">I always feel like saying something about what's going on, but it seems like I'm giving up a part of my shield by doing that. New things start showing, and even so, it's hopeless. Should I change my mind? Should I close my eyes?</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5921077050192641371.post-14539584961697179222008-07-18T18:31:00.001-03:002008-07-21T18:12:39.495-03:00Enjoy the night...<div align="justify">Não ventava lá fora. Pela janela só se via uma rua quieta e deserta, salvo um ou outro gato que resolvia passear em busca de algo para o jantar. Sentada em sua cama, à luz de velas, esperava seu amante ficar pronto, ansiosa. Nua, sentiu que era hora de agir. Era sua noite, e seria uma noite única. Tensa, deitou-se lentamente e tomou-o como se fosse somente seu. E era. Como uma fracassada poderia ter o que mais desejava ao alcance das mãos? Deveria aproveitar seu privilégio, já que essas coisas acontecem uma vez na vida. Seus dedos tocavam a superfície lentamente, acariciando e admirando o que estava por vir. A noite estava silenciosa demais. Segurou-o com uma das mãos, e, após um suspiro, tocou-o com os lábios. O conteúdo frio e amargo desceu por sua garganta, rasgando cada fibra que encontrava pelo caminho. Brumas tomaram conta do aposento e o copo estilhaçou-se no chão, espalhando o veneno que ainda restava. Desacordada, sentiu-se flutuando, até que uma dor lancinante a trouxe de volta. Acordou no hospital, frustrada. Seu corpo rejeitara a substância. Nem esse prazer ela teria.</div>Unknownnoreply@blogger.com1