quarta-feira, 20 de maio de 2009

Soneto

De todos os sonhos perdidos, frios
Restam apenas fundas cicatrizes
Por onde escaparam tempos felizes
Com o curso de lágrimas do rio

Ao ocaso, a dor acompanha a crise
O último suspiro é vão, tardio
A noite se torna um carrasco vil
Palavras perdidas ao meu deslize

Qual silêncio será meu protetor
Em meio ao vazio lúgubre, e à sina
De um vaso sem água, vida nem flor?

Sobre a pedra fria jaz a menina
Em cuja face infantil falta a cor
E a mão da morte calmamente a nina