quarta-feira, 9 de abril de 2008

Falei que voltava...

Muitas pessoas se concentravam naquele local, onde a brisa noturna não chegava. O calor humano, como se diz por aí, era tudo o que se sentia, além da energia e do som que a todos (quase todos, na realidade) agradava. Ele se destacava das inúmeras roupas pretas. Vestia uma camisa branca com finas listras verdes (sem alusão ao time de futebol), e parecia não se importar com nada; aquele era o momento de aproveitar, de sentir algum tipo de emoção inédita. Um rapaz forte o colocou em seus ombros, para que pudesse ver mais adiante, e inúmeras mãos o seguraram, já que o fato de não possuir o braço esquerdo poderia prejudicar seu equilíbrio. Ao descer, o sorriso em seu rosto valia muito mais do que mil palavras. Outro rapaz, menos forte, colocou a mão direita sobre seu ombro, demonstrando o contentamento por sua presença naquele dia tão importante na vida de ambos. Pouco tempo depois, apoiou a cabeça do mesmo modo e fechou os olhos. Quando eram afastados alguns centímetros por outras pessoas, o rapaz não conseguia disfarçar o olhar de preocupação; preocupação de quem ama e se preocupa. Os rapazes criaram uma barreira à sua volta para que pudesse desfrutar do momento sem incômodos. Pai e filho, lado a lado, naquele dia diferente eram um só sentimento.

2 comentários:

Farat disse...

Esta é só a primeira parte. Na segunda você descobre o que o surpreendeu.

Farat disse...

Deve ter sido uma bela cena... ao menos para você...