segunda-feira, 26 de abril de 2010

Túnel

Caminhava de mãos atadas até o final do túnel. Não havia luz, mas apenas uma chama fraca, que oscilava como se uma brisa constante ameaçasse apagar a única fonte de brilho daquele cenário sem vida. A cada passo encontrava-se a uma distância ainda maior de seu destino. Então parou. Após longos momentos repousando, percebeu que seus passos o levavam em direção a um espelho, que refletia sua sombra e a saída atrás de si. Mas suas pernas já não o obedeciam, e as paredes da caverna começaram a fechar-se, tornando seu repouso uma experiência claustrofóbica e aterrorizante. O oxigênio era escasso, assim como suas forças. Morreu dormindo em sua cama king size, enquanto a televisão exibia seu programa favorito.