segunda-feira, 31 de maio de 2010

Soneto (27/05)

O som do silêncio enlouquece a mente
Que por si só já sente a solidão
De um ser sem vida que jaz sob o chão
Com alma prisioneira do presente

Ela nada pode ouvir, ver, senão
O vácuo tão irritante, insistente
Que, como insano, grita novamente
O mudo som que a morte trouxe em vão

Nenhuma sensação é comparável
À eternidade fria e sem cor
Quando sobre a lápide a mão afável

Liberta de uma agonizante dor
Que se mostra cruel e interminável
Aprofundando a sensação de horror