Cave...

Tremia. Era uma caverna muito escura e fria. Uma moça como ela deveria comportar-se, cuidar de seus afazeres domésticos e manter-se reservada afinal, era o que todas as outras faziam. Mas aquela vida não era para ela. Sonhava com a luz, com o calor que tantos diziam ser irreal. Sábios afirmavam que os resultados seriam dolorosos, cegueira e queimaduras, mas isso não importava. Com todas as suas forças e sua coragem, partiu em uma busca pelo desconhecido. Caminhava, feliz, por todo aquele caminho tortuoso que supostamente levaria à luz. Passou por diferentes lugares, mas a escuridão nunca a abandonava. Quando não havia mais força nem esperança, a moça desistiu. Seu corpo estava exausto, suas pernas fracas e seus pés feridos e calejados. Sentou-se em uma pedra, esperando a morte vir buscá-la. A morte nunca apareceu. Estava condenada à solidão eterna na mesma caverna escura e fria, de onde havia tentado escapar.