quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sociedade...

Os seres humanos são movidos pelos mais diversos fatores. Atualmente, o motivo mais comum é a opinião alheia. O indivíduo ingere alimento X porque está na moda, porque é caro, porque “é de marca”. Também compra roupas de grifes X e Y que, apesar do preço alto, possuem certa impressão de status, e não percebe que não deixará de ser apenas uma propaganda ambulante, e que ainda por cima paga para fazer esse trabalho. O indivíduo freqüenta os lugares mais badalados, mesmo que a música ou o ambiente não sejam tão agradáveis, apenas para dizer aos demais que freqüenta, e ainda finge se divertir. A parte mais assustadora é quando o indivíduo deixa de fazer o que gosta, de agir naturalmente para agradar “aos outros”, ou resolve criar uma personagem, baseada em certos padrões que, atualmente, viraram moda também. Esses padrões, cuja principal característica é a aparência, não considera, necessariamente as posses de cada um, mas o que aparentam possuir. É um teatrinho infantil, onde as personagens seguem a peça mecanicamente, sem vontade própria, e julgam os que desse jogo não fazem parte como tristes seres inferiores. Os indivíduos perdem sua espontaneidade e sua personalidade, moldados por esse estereótipo vazio e superficial, exibido pela televisão e pelas revistas. Muitos chegam a adquirir produtos falsificados com o intuito de enganar a si próprios, acreditando que o símbolo ou a marca os transformarão em pessoas melhores, o que não deixa de ser apenas ilusão, assim como a marca original. Não posso desconsiderar algumas grifes cuja qualidade dos produtos é incontestável. Há, porém, outras em que se pode notar uma única diferença das marcas desconhecidas: o logotipo. Algumas possuem qualidade até inferior, sendo esse tipo de análise deixado de lado quando o assunto é status. Um status falso, obviamente. A ilusão de superioridade baseada em um modelo fútil, em que as pessoas se apegam a etiquetas, nada mais é do que deixar de lado a essência e transformar-se em mais um robô, vestindo as mesmas roupas, ingerindo os mesmos alimentos, freqüentando os mesmos locais e consumindo os mesmos produtos. Deixar de agir do modo em que se sente mais confortável por medo do que “os outros” vão pensar e obrigar-se a adquirir mercadorias dispensáveis são uma grande perda de tempo (e dinheiro). Não se pode ser cem por cento espontâneo e fazer o que convier na hora que o impulso surgir, afinal, trata-se de uma sociedade regida por leis, e ninguém consciente gostaria de sofrer coerção por atos inconseqüentes. Mas um mínimo de naturalidade faz bem, muito mais do que se imagina, principalmente a escravos de modelos cujo padrão ninguém sabe ao certo quem inventou, como se desde o início dos tempos fosse assim. (Obviamente, as aparências são fator determinante há muito tempo, mas após tantos anos e tanta modernidade, era de se esperar algo diferente.) Acho que é tarde demais.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ahn... Confesso que te ver criticando a "aparência" dessa forma é uma novidade em tanto! o.O
Um dia vou te ver com um "feioso" do lado! :oD

Ah, você esqueceu de dizer que roubar, matar, estuprar e coisas do tipo também estão na moda.
Até os movimentos terrestres (tanto o de rotação quanto o de translação) estão. Você não vê o pessoal aderindo a ela indo nos 'beco' p/ dar uns 'tapa no marvado', 'enrolar o marciano', 'dar uns tiro' e por aí vai?

Enfim...
Tudo é apenas uma parcela do problema.
Não vou dizer que não me desespero, mas também não posso fazer nada no momento. PRINCIPALMENTE no momento.
É... Quem tem dinheiro, compra até o mundo! E às vezes eu penso que se ele estivesse em minhas mãos, ele estaria melhor.........


Bem, eu amo você do mesmo jeito.
Esse seu post é digno de um post divino... Se é que você me entende.
:o)

Quanto ao meu comentário..... Digno de uma antena de TV com um bombril na ponta.
Não entendeu? Nem eu! O_O

Anônimo disse...

Ninguém é diferente.Somos todos parte da mesma massa, só que mantemos a ilusão de que é possível ser mais por simplesmente acreditar que sabemos algo que ninguém ainda reparou. Não é verdade. Viva o vazio...

Nil disse...

olá to bem sim, e vc???
bjos